quinta-feira, 6 de novembro de 2008

ILUSTRAÇÃO BOTÂNICA - HOMENAGEM A MARGARETH MEE


Nem sempre conseguimos identificar uma espécie só olhando para a flor, precisamos observar a planta como um todo, verificando os vários detalhes importantes. A fotografia pode alterar os nuances da cor dependendo da luz e do local onde a foto é realizada, por esse motivo a maioria dos cientistas prefere as ilustrações botânicas.
A ilustração botânica é uma arte que retrata com minúcia e fidelidade a obra-prima da natureza. As orquídeas são muito admiradas por ilustradores, pois além de sua beleza incomparável, podem permanecer floridas por bastante tempo, facilitando o trabalho do profissional e sua observação.

O ilustrador pode utilizar grafite, nanquim ou aquarela e através do conhecimento científico, técnica e emoção transmitir de forma precisa à anatomia das plantas. Este documento é realizado no habitat natural da planta, captando detalhes do seu meio ou dentro de uma sala em condições de luminosidade ideais.

Margaret Ursula Mee (1909-1988) é uma artista reconhecida mundialmente por seu trabalho como ilustradora botânica, pois conseguia encontrar com exatidão a cor verdadeira. Criou uma técnica científica e artística que se tornou referência para o estudo da botânica no mundo inteiro. A perfeição e sensibilidade de suas aquarelas valorizam muitas publicações de grande importância no estudo das orquídeas. Foi uma guerreira do século 20. Explorava com coragem a Floresta Amazônica, não se importando com as condições que surgiam pela frente. Sua profunda admiração pela flora brasileira, tornou-a voz ativa contra a destruição do meio ambiente.

Nascida na Inglaterra, estudou arte em Londres na St. Martin’s School of Art, na Center School of Art e na Camberwell School of Art. Em 1950, recebeu o diploma nacional de pintura e design.


Foi a beleza das flores que despertou a paixão da ilustradora pelo Brasil. Em 1952, estava apenas de passagem, mas acabou ficando. Fixou-se em São Paulo e deu aulas de arte durante 5 anos na Escola Britânica em São Paulo. Iniciou em seguida a sua atividade como artista botânica no Instituto de Botânica em São Paulo, passando a se interessar pela mata atlântica. Registrava as várias espécies da flora, com especial interesse pelas bromélias. Em 1956, fez a primeira de suas 15 viagens à Amazônia. Ficou encantada pela floresta e documentou as suas espécies através de inúmeros desenhos. Muitas já foram devidamente estudadas e outras, que receberam o seu nome, ainda continuam desconhecidas. Para executar seu trabalho ela recolhia plantas ou pintava no próprio local onde se encontravam.

Criou quatrocentas pranchas de ilustrações em guache, quarenta sketchbooks e quinze diários. Suas três publicações mais conhecidas são “Flowers of the Brazilian Forests” (1968), “Flowers of the Amazon” (1980) e “In Search of Flowers of the Amazon Forest” (1988).

Em 1989 foi fundada a Fundação Botânica Margaret Mee. Declarada de Utilidade Pública Federal, tem como objetivo dar continuidade ao trabalho da artista, que dedicou sua vida à documentação e à defesa da biodiversidade da flora brasileira e a conservação de seus ecossistemas. É para este fim que a Fundação oferece bolsas de estudo para os estudantes brasileiros de botânica e ilustração botânica com enfoque na flora brasileira, e a concessão anual de uma bolsa de estudo de seis meses no Royal Botanic Gardens Kew, em Londres. A Fundação procura promover também, o aperfeiçoamento de todo conhecimento científico através da publicação de livros, da realização de eventos, exposições e projetos de educação ambiental em prol da conservação e exploração racional dos recursos naturais renováveis. Para maiores informações
http://www.margaretmee.org.br/ .


Margaret Mee morreu em 1988, em um acidente de carro, na Inglaterra. Em sua última viagem, registrou uma espécie rara de cacto, o Selenicereus wittii, com flores brancas noturnas, a flor da lua. Costumava dizer: “Eu sei que minha morte não será o fim do meu trabalho. Onde quer que eu for, tentarei influenciar aqueles que estão destruindo nosso planeta. Assim a Terra terá uma possibilidade de sobreviver”.


Para saber mais:
www.ibot.sp.gov.br/Destaque/margaret.htm
pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Mee
www.usp.br/jorusp/arquivo/2004/jusp708/pag0809.htm
www.margaretmee.org.br/
Revista Como Cultivar Orquídeas. Ed. 13. Retratos da Natureza.p.26-31.

Um comentário:

irevanzinha disse...

Marisa,
Parabens pela iniciativa!
Acredito tbem que cada ser tenha uma energia que lhe e propria, e com certeza as flores com sua cor, luz, aroma, tem uma vibraçao toda especial. Tu alias, tem muito disso tudo tbem, es especial!
Abs da amiga, Vanzinha.