segunda-feira, 2 de novembro de 2009
FLORES E FLORESTA AMAZÔNICA. A ARTE BOTÂNICA DE MARGARET MEE
Este ano de 2009 fomos presenteados com o lançamento do maravilhoso livro Flores da Floresta Amazônica: a arte de Margaret Mee que traz, aproximadamente, sessenta dos principais trabalhos da artista inglesa, considerada uma das mais importantes ilustradoras botânicas do século XX. Esta edição, realizada pela Editora Escrituras, comemora o centenário do nascimento da autora e apresenta desenhos adicionais produzidos durante suas viagens pela floresta, desde sua primeira expedição, em 1956.
Os textos foram extraídos diretamente dos diários que ela mantinha durante suas extensivas - e muitas vezes solitárias - aventuras pelo Amazonas, e trazem seus comentários sobre as flores, árvores, aves e animais da região, as rotas, itinerários e plantas encontradas, bem como suas opiniões sobre a floresta tropical brasileira que desaparecia rapidamente.
Lendo o livro podemos sentir as impressões da pesquisadora e viajar em seus comentários. “De lá, navegamos correnteza acima no rio Demini, entrando por um canal estreito de jarás, uma pequena árvore que, durante o período da cheias, fica parcial ou totalmente imersa. Em seus caules fibrosos agarrava-se uma orquídea com flores em formato de sinos em tons de roxo, marrom e creme chamada Galeandra devoniana. Seu perfume preenchia o ar.”
O livro nos mostra o mapa da Amazônia e os 13 capítulos são sobre Catasetums, Catléias, Oncidiums, Gustavias, Helioconias, Neoreglelia , Loranthaceaes e várias outras orquídeas nos diversos rios e florestas
“Em um galho coberto por musgo encontrei uma Clowesia warczewitzii, uma espécie de orquídea não encontrada pelos botânicos há mais de oito anos. Como não havia mais o que fazer na cachoeira continuei na descida do rio. No caminho encontrei uma bela orquídea azul, Acacallis cyanea, em flor. A Serra do Demini começou a surgir ao leste aos poucos. Agora começamos a perceber a chegada da primavera por causa das árvores floridas, o rosa e o branco das gustavias, o suave roxo do pau-rosa e das incontáveis clúsias rosa-claras, as árvores estranguladoras.”
Margaret Mee ficou fascinada pela miscigenação brasileira, ao encontrar, em seu caminho, os habitantes locais, com os quais teve a oportunidade de viver por algum tempo, tornando-se amiga de muitos, com o passar dos anos. Dotada de uma estrutura física pequena, olhos azuis e cabelos louros, achava importante não permitir que seu padrão físico interferisse em seu trabalho, mantendo sua aparência o mais simples possível. Lutou e perdeu algumas batalhas contra terríveis insetos, como o pium, por não usar luvas e redes sobre seu chapéu; mas nunca perdeu o senso de humor, mesmo após as situações mais perigosas e hostis. “ Fiquei triste em ter que deixar estas pessoas tão lindas, habitantes de um outro mundo, um mundo de natureza gloriosa- mas por quanto tempo?”
Nas colônias onde permanecia, visando preservar as plantas pelo maior tempo possível, cultivava pequenos jardins onde plantava os espécimes, muitos dos quais terminaram em centros de pesquisas de São Paulo e do Rio.
Mee esteve envolvida em pesquisas no Instituto de Botânica de São Paulo, o que proporcionou a Margaret viagens por todo o Brasil e ampliou seus conhecimentos sobre as plantas e suas riquezas. Manifestava frequentemente seu desagrado em relação à exploração destrutiva da Floresta Amazônica, o que se transformou em uma cruzada apaixonada pela preservação do ambiente, que conquistou a admiração e o respeito de muitos, como o amigo Roberto Burle Marx.
O reconhecimento de seu trabalho chegou na forma de suporte financeiro concedido pelo governo brasileiro, pela Sociedade Geográfica Nacional e pelo Prêmio Guggenheim. Nove novas espécies de plantas registradas por Margaret Mee, anteriormente desconhecidas pela ciência, levaram seu nome em sua homenagem, incluindo a Aechmea meeana, a Sobralia margaretae e a Neoregelia margaretae.
São 168 páginas escritas em português e inglês, numa narrativa poética, recheada de fotos, gravuras de flores e animais da região.
Bibliografia:
- Margaret Mee. Flores da Floresta Amazônica. A Arte botânica de Margaret Mee. Ed. Escrituras. São Paulo. 2009
- www.relativa.com.br
-http://www.escrituras.com.br
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Florais de Orquídeas
O que sentimos quando observamos as orquídeas, porque ficamos fascinados por essa flor. É seu perfume, sua forma detalhada, a dificuldade no cultivo, sua resistência, sua beleza?
Dr. Bach médico inglês, especialista em bacteriologia, imunologia e saúde pública ficava frustrado ao tratar seus pacientes da mesma doença com o mesmo medicamento e obter resultados diferentes. Começou a verificar então, que, as características individuais e personalidade eram diferentes e que de alguma maneira esses fatores interferiam na saúde dessas pessoas. Estudou também flores e plantas percebendo que suas essências poderiam nos auxiliar emocionalmente. As flores e plantas contem aspectos negativos e positivos e essas essências extraídas atuariam como lembretes de nossa própria natureza sadia e harmoniosa.
Em 1928, o pesquisador criou um Sistema de Terapia Floral com o objetivo de oferecer um apoio emocional para que as pessoas pudessem enfrentar as dificuldades diárias, tratando a maneira como se sentem, prevenindo, integrando e complementando o tratamento das doenças.
Para o médico saúde e felicidade são indissociáveis. Saúde seria a união perfeita entre corpo, mente e espírito. E doença seria única e puramente corretiva, não vingativa, nem cruel, mas o meio adotado por nossas almas, impedindo-nos de cometer erros maiores, obstar a que façamos mais mal, trazendo-nos de volta ao caminho da verdade e da luz, do qual nunca deveríamos ter saído.
O mais conhecido e utilizado floral em todo mundo é o Rescue Remedy que quer dizer resgate em inglês, e é indicado em situações de emergências (choque, pavor, nervosismo, acidente), sofrimentos prolongados (apoio ao tratamento e na luta contra a doença), e medos por antecipação (entrevista de trabalho, ida ao dentista, e ou antes de uma cirurgia).
Desde 1976, a terapia floral do Dr. Bach faz parte de medicinas alternativas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde. Não sendo um método que se destine a substituir os métodos convencionais de cura, aos quais pode até ser acrescentado para acelerar a eficácia dos tratamentos, tem a vantagem de ser uma terapia natural sem efeitos nocivos, podendo por isso ser usada sem contra-indicações.
Nos florais de Bach não encontramos essências de orquídeas, entretanto ele abriu a possibilidade para que muitos outros sistemas florais fossem desenvolvidos depois, em todas as regiões e com uma infinidade de flores e plantas diferentes. Em alguns desses sistemas encontramos essências florais de orquídeas como, por exemplo: os Sistemas de Gaia, Sistema Florais das Orquídeas da Amazônia, Sistema Floral dos Golfinhos. Para esses sintonizadores as orquídeas são flores de altíssima categoria, bastante especializadas em sua forma, na sua polinização e vivem normalmente nas alturas, elevando os mais puros sentimentos.
No sistema Floral de Gaia temos a Orquídea do Cardoso – Epidendrum ibacuense que faz com que as pessoas tomando este floral focalizem e direcionem a vontade de concretizar seus objetivos, com determinação clara, respeitando os ciclos, os ritmos e as pessoas que os cercam.
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Nos Florais de Orquídeas do Amazonas são 18 essências de orquídeas. Dentre elas encontramos o floral da orquídea Cattleya warscewiczii (Orquídea Abundância). Normalmente encontrada numa altura de 500 a 1500m. Esta essência nos abrirá para receber e dar, deixando-nos livres, generosos e em paz. Como outro exemplo, temos a Vanda tricolor (Orquídea Alegria) que trabalha os estados de ânimo. Especialmente indicada para pessoas que se sentem tristes e deprimidas
O Sistema Floral dos Golfinhos são 31 essências de orquídeas até o momento. Para a pesquisadora do sistema Laís Cristina Médici as orquídeas elevam nossos níveis de consciência, permitindo acessar nossas qualidades e viver com mais harmonia. Do Oncidium flexuosum foi extraído o floral Arrá, para pessoas estressadas, com o sistema nervoso alterado, que querem fazer tudo ao mesmo tempo e que precisam de paz, serenidade e descanso.
O Dendrobium nobile se transformou no floral Irrá, para pessoas que vivem na defensiva, que se tornaram rígidas e amargas devido a traumas em relacionamentos amorosos, familiares, decepções com amigos. Este floral faz com que, se voltem para o fundo de sua alma e redescubram novamente o amor, sejam mais otimistas e transparentes.
Até que ponto cultivando orquídeas sentimos os efeitos destas flores?
É certo que pesquisas e estudos são necessários para se conhecer e explicar como a terapia floral age, pois mesmo animais, plantas e pessoas em coma responderam ao tratamento. Mas o importante é que, cada vez mais as pessoas estão se beneficiando com mudanças positivas de comportamentos arraigados e desenvolvendo um conhecimento mais profundo de si mesmas.
Bibliografia:
1. Howard, Judy. Crescendo com as Essências Florais de Bach. Ed. Aquariana. São Paulo. 1994.
2. Korte, Andreas; Hofmann, Antje. Florais de orquídeas do Amazonas. Ed. Gente. São Paulo. 1997.
3. Medici, Laís Cristina. Ciência Secreta dos Golfinhos. São Paulo. 2005
4. Stern, Claudia. Tudo o que você precisa saber sobre os remédios florais de Bach. Ed. Pensamento. São Paulo. 1992.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
quarta-feira, 24 de junho de 2009
HISTORIA E USO MEDICAMENTOSO DE ORQUÍDEAS
Muito provavelmente os primeiros homens, observavam o comportamento instintivo dos animais e sua utilização com as plantas, tanto para se alimentar como para curar várias doenças.
Já em 2900 a.C. o primeiro médico egípcio conhecido como Imhotep, desenhou pirâmides, era sacerdote e utilizava as ervas medicinais em seus preparos mágicos.
A China é o país com a mais longa história no uso e conhecimento do poder terapêutico das plantas e os primeiros a utilizar orquídeas em sua medicina. Quando o imperador chinês Shen Nung morreu em 2698 a. C., já havia provado mais de 100 espécies de ervas e mencionava seu estudo em Cânone das Ervas, com 252 ervas estudadas. Entre as flores encontra-se o uso do Dendrobium com finalidade medicinal. Eles as consideravam as mais aristocráticas dentre as plantas, e seu perfume simbolizavam virtude e sabedoria. O filósofo Confúcio disse certa vez que "ligar-se a uma pessoa superior é como entrar em um jardim de orquídeas".
Na Grécia, Asclépio concebeu um sistema de cura baseado em banhos, jejum e chás, utilizando seu profundo conhecimento terapêutico das plantas. Durante muito tempo, acreditou-se também que as orquídeas possuíam poderes afrodisíacos. Theophrastus, aluno de Aristóteles, considerado o pai da botânica, 300 anos antes de Cristo batiza as orquídeas com o nome de “orkhis”, palavra grega que significa testículos, devido à semelhança entre as raízes de certas orquídeas terrestres (sobretudo nas zonas temperadas da Europa) e os testículos. Ainda hoje estas espécies são conhecidas pelo mesmo nome (Orchis maculata, símia, máscula, spectabilis). Daí vem o nome que derivou toda a família das “Orchidaceae”.
No século primeiro depois de Cristo, um médico grego de nome Dioscórides, que serviu como cirurgião de exército romano, reuniu informações sobre 500 plantas medicinais, entre elas duas orquídeas, em um trabalho intitulado “Matéria Médica”.
Ele desenvolveu uma teoria de que Deus teria criado as plantas para serem úteis aos seres humanos e elas teriam um indício, um sinal que tornaria evidente seu uso. Deste modo, os distúrbios seriam tratados através de partes de plantas que teriam alguma semelhança com o órgão afetado. Usadas como afrodisíaco, as raízes das orquídeas eram maceradas e engolidas. Eram vendidas nas farmácias e mercearias para o preparo de muitas bebidas. Este costume permaneceu até o século XVII.
Escritos do inglês John Parkinson, de 1640, revelam que medicamentos de orquídeas estavam entre as drogas vendidas em Londres (Inglaterra) para a cura de febres, inchaços e feridas.
No Brasil, desde a época do descobrimento, já há registros da utilização de plantas curativas. Os colonizadores europeus observavam o uso freqüente de ervas pelos índios nativos.
As orquídeas podem fornecer uma grande variedade de mensagens, porém, historicamente, as orquídeas incluem riqueza, amor e beleza. Para os Gregos antigos, as orquídeas significavam virilidade, e depois da ascensão e popularidade das espécies de orquídeas na Inglaterra, o significado simbólico passou a ser “Luxo”. Pelo visto as orquídeas também carregavam propriedades protetoras e cura de doenças. Os astecas e maias bebiam uma mistura de orquídeas (Vanilla) com chocolate para dar-lhes o poder e força, já os chineses mastigavam o sulco das flores porque acreditavam que os curaria de doenças pulmonares.
Ainda hoje, algumas espécies ainda são usadas como medicamento (na forma de poções e bebidas) em muitas regiões do mundo para tratar de artrite, diarréia, dor de cabeça, febre, tosse, problemas digestivos, como anti-conceptivo e como cicatrizante de feridas e incisões.
As propriedades terapêuticas das plantas foram se tornando cada vez mais conhecidas e hoje são base de diversos medicamentos sofisticados. Na idade Moderna, a evolução da ciência e medicina, fez com que todo esse conhecimento antigo, passasse a ser estudado, e as ervas acabaram sendo manipuladas nos laboratórios gerando medicamentos com potencial curativo e dosagens apropriadas. A industrialização e o apogeu da tecnologia afastaram o homem da natureza, desestimulando o cultivo e a busca pelas espécies naturais. Cápsulas, comprimidos, gotas e xaropes substituíram as plantas no tratamento das enfermidades e hoje poucos sabem usar as ervas e flores para seu bem estar.
O mundo da voltas, e depois de tanto excesso no uso de antibióticos e remédios cada vez mais fortes e sintéticos, o homem olha de novo para a natureza, tentando resgatar o conhecimento antigo com mais seriedade, estudando novamente os princípios ativos das plantas e como podem nos ajudar na atualidade.
Bibliografia
http://www.fbpro.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=32
http://blog.florencanto.com.br/category/tudo-sobre-flores
www.delfinadearaujo.com/historia/origem1.htm
domingo, 17 de maio de 2009
Aconteceu no Jardim Botânico - Rio de Janeiro
Aconteceu de 30 de abril a 03 de maio a Exposição de Orquídeas do Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Neste ano de 2009 o tema da exposição foi: “Orquídeas que homenageiam o Rio de Janeiro”. Ao todo, 5 mil espécies fizeram parte da mostra promovida pela OrquidaRio. Uma das estrelas da exposição foi a Cattleya Leblon. Na mostra foram encontradas espécies nativas da região como é o caso da Pseudolaelia corcovadensis , Pleurothallis jacarepaguaensis e Octomeria carioca. Foram também apresentados 19 lindos híbridos com nomes de bairros ou locais famosos da cidade do Rio de Janeiro. Treze orquidários participaram da venda de orquídeas. A programação ofereceu as seguintes atividades:
Curso de fotografia digital de orquídeas
Com o prof. Mauricio Seidl, aconteceu nos dias 01 e 02/05 das 13h30 às 17h30
Taxa de inscrição: R$35,00.
Curso de Iniciação ao cultivo de orquídeas
Com Delfina de Araujo e Carlos Manuel de Carvalho no dia 03/05, das 10h às 12h30 e das 14h30 às 17h, taxa de inscrição: R$50,00.
Oficinas sobre cultivo de orquídeas - dias 01, 02 e 03/05, às 15h, grátis.
Exposição de fotografias de orquídeas
“Orquídeas em Foco”, com trabalhos dos fotógrafos Sergio Araujo e Maurício Seidl, no auditório Geraldo Jordão Pereira, anexo à AAJB.
A exposição de fotografia foi inaugurada no dia 30/04 e se estenderá até o dia 30/05.
terça-feira, 5 de maio de 2009
JOHN LINDLEY E AS ORQUÍDEAS
John Lindley (1799 - 1865). Foi um importante botânico inglês. Ilustrador, taxonomista e autor de diversas obras e artigos científicos sobre plantas, ficou famoso principalmente por seus estudos, identificação e registro de várias orquídeas.
Com certeza já lemos numa plaqueta de identificação alguma orquídea com seu sobrenome, como por exemplo, Dendrobium nobile Lindley ou Cattleya labiata Lindley.
Aqui vai um breve relato da biografia de John Lindley e algumas curiosidades para os apreciadores de orquídeas.
Seu pai era proprietário de um viveiro de plantas e publicou um manual de jardinagem. Quando cresceu foi estudar em Norwich e em 1819 traduziu a Analyse du fruit do botânico frânces Louis Claude Marie Richard. Em 1820 publica a Monographia Rosarum onde descreve novas espécies que ele próprio ilustra. No ano seguinte, produz a Monographia Digitalium e Observations on Pomaceae.
Mudou-se para Londres para redactar as partes descritivas da Encyclopaedia of Plants, publicando este trabalho em 1829. Ainda em 1829, Lindley publica duas obras de acordo com o sistema natural de Jussieu: A Synopsis of British Flora, arranged according to the Natural Order e em 1930, An Introduction to the Natural System of Botany .
Em 1829 tornou-se catedrático de Botânica na “University College de Londres, onde permaneceu até 1860. Foi também secretário da “Horticulture Society” . Um dos fundadores da revista “Gardener´s Chronicle” e um assíduo contribuinte do “Botanical Register”. Lindley foi agraciado com a Royal Medal em 1857.
Em 1830 fez a primeira classificação das orquídeas. Seus trabalhos mais importantes para os orquidófilos são: “O gênero e espécies das plantas orquidáceas”, e Folia Orchidacea, livro inacabado, porém um clássico em botânica.
Alguns dos Gêneros que levam seu nome são: Linleyella, Neolindleyella. E várias Espécies como: Barkeria lindleyana, Cattleyopsis lindleyana, Maxilaria lindleyana, Epidendrum lindleyanum, Odontoglossum lindleyanum, Bulbophyllum lindleyanum.
Na nomenclatura escrita de orquídeas que levam seu nome, podemos escrever por extenso ou na abreviatura padrão que é Lindl.
John Lindley também cometia alguns equívocos. Como era botânico, pesquisador e ilustrador de seus artigos científicos, identificou esta orquídea como uma Cattleya superba, em 1838. Mal sabia ele que esta Cattleya violacea, já havia sido descoberta pelo colecionador Humboldt às margens do rio Orinoco, na fronteira do Brasil, Colômbia e Venezuela. Esse equívoco só foi corrigido em 1889, pelo também botânico inglês R.A. Rolfe, que reconheceu a planta como Cattleya violacea, nome válido cientificamente até hoje.
Entre as suas obras, citam-se :
- An Outline of the First Principles of Horticulture (1832).
- An Outline of the Structure and Physiology of Plants (1832).
- Nixus Plantarum (1833).
- A Natural System of Botany (1836).
- Com William Hutton (1797-1860) The Fossil Flora of Great Britain, or Figures and Descriptions of the Vegetable remains found in a Fossil State in the Country (1831-1837).
- Flora Medica (1838).
- Theory of Horticulture (1840).
- The Vegetable Kingdom (1846).
- Folia Orchidacea (1852).
- Descriptive Botany (1858).
Referências Bibliográficas:
www.orquidariocuiaba.com.br/tag/botanico-john-lindley
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Lindley
domingo, 3 de maio de 2009
HOLCOGLOSSUM AMESIANUM E SUA POLINIZAÇÃO
De acordo com um relatório da revista Nature, uma equipe de pesquisadores estudou 1900 flores da Holcoglossum e descobriu que ela não necessita de insetos polinizadores, nem da ação do vento, ela fertiliza a si própria.
Originária da China, Camboja, Laos e Vietnã, esta espécie cresce em troncos de árvores, não produz perfume ou néctar, suas flores tem de 5 a 6,5 cm de diâmetro e florescem durante os meses secos e sem vento entre fevereiro e abril.
“Esta orquídea desafia a gravidade e torce a parte da antera carregada de pólen de sua flor na posição adequada para ser inserida no estigma e assim fertilizá-la. A planta o faz sem a ajuda de fluidos grudentos ou outros métodos usados pelas plantas autopolinizantes para assegurar que o pólen alcance o óvulo”, reportou Huang, chefe da equipe dos pesquisadores. Essa relação sexual é tão exclusiva que as flores nem mesmo transferem pólen para as outras flores da mesma planta. Isso faz da técnica da Holcoglossum amesianum um novo método de polinização.
http://www.jardimdeflores.com.br/CURIOSIDADES/A37floresexo.htm
http://www.lustosa.net/noticias/36555.php
Ilha do Francês - Florianópolis
Ao norte da Ilha de Santa Catarina, situada em frente à praia de Canavieiras. É uma pequena ilhota de 66.987,50 m². Pertenceu ao início do século a Inácio Schroeder, que a transformou num viveiro de orquídeas raras e belíssimas. A ilha chama muita atenção também pela sua bela paisagem cercada por altos rochedos, mata verde e uma pequena enseada, um verdadeiro paraíso para fauna aquática e aves.
Conta a lenda que um refugiado francês se escondeu por lá, mas nada se sabe de concreto.
Em 1884, data o primeiro registro de ocupação, encontrado na Delegacia do Patrimônio da União em Santa Catarina. Na época era chamada de Ilhota, e o porto da Igreja Matriz da Freguesia de São Francisco de Paula de Canavieiras era o seu principal ponto de referência. Desde esta data é propriedade particular, excluída a orla por determinação legal.
A Ilha do Francês é conhecida por muitos nomes, já foi Ilha do Inglês, do Ignácio, Ilha do Alemão e atualmente é chamada de Ilha do Argentino, sempre de acordo com seus donos.
Segundo consta a escritura de venda arquivada no Patrimônio da União, em 1894 foi vendida a João Ignácio Schroeder. Encantado com a profusão de orquídeas selvagens, Ignácio tratou de montar um orquidário.
Mais tarde passou foi comprada por um inglês John Williamson, que ficou de posse da ilha de 1916 a 1938.
Depois dessa data foi para as mãos de Antônio Muniz Barreto, um argentino de origem brasileira. Barreto foi o responsável pelo auge da beleza da Ilha do Francês, incrementando o orquidário e criando jardins com flores raras, importadas do mundo todo.
Segundo contam os moradores mais antigos, o argentino era apaixonado pela ilha, queria morrer e ser enterrado lá. Vinha só passar férias. Quando envelheceu e adoeceu, os filhos não o trouxeram mais para o local. Entretanto um pouco antes de morrer, os filhos realizaram seu sonho. Um ex-empregado da família conta que seu Antônio Muniz Barreto, chorou como criança quando desembarcou na praia.
Hoje a Ilha do Francês pertence aos netos do argentino com alma brasileira e apaixonada por orquídeas.
www.jurere.com.br/site/content/jurerecom/content/historia/news2.asp
segunda-feira, 30 de março de 2009
Stanhopea insignis - por Sovenir Dias
Para que a matéria fosse completa, até porque nunca havia observado tal tipo de abelha fui à busca da informação. A abelha em questão é uma Eulaema pseudocingulata, conhecida por polinizadora de orquídeas.
Stanhopea é um gênero botânico pertencente à família das orquídeas. A Stanhopea insignis é a espécie tipo deste gênero. O nome gênero é uma homenagem a Lord Philipp Henry Stanhope, orquidofilo Inglês.
Planta relativamente grande, com flores exóticas, perfumadas, porem dura pouco mais de três dias, a principal diferença entre elas é o labelo e o numero de flores.
Stanhopea agrupa cerca de cinqüenta espécies epífitas, eventualmente rupícolas, distribuídas do México ao Sul do Brasil, normalmente crescendo à sombra das matas úmidas ou sobre rochas abrigadas, onde há grande deposito de detritos. A maioria das espécies concentra-se no México, América Central e Equador principalmente as mais coloridas. Existem mais ou menos oito espécies no Brasil, entre elas grandiflora, lietzei, graveolens, oculata e insignis, estas espécies são bastante variáveis e parecidas, e difíceis de descrever, por isso não existe consenso no numero de espécie.
São plantas robustas, com pseudobulbos ovóides mais tarde sulcados longitudinalmente, agregados, verde escuro, uni foliados, na base guarnecida por bainhas. As folhas são pecioladas, herbáceas, plicadas e apresentam diversas nervuras dorsalmente salientes.
As flores são pendentes brota da base do pseudobulbo, crescendo para baixo, comporta de duas a dez flores grandes, de forma estranha, cujo ovário normalmente esta coberto por ampla bráctea. As flores possuem sépalas grandes e côncavas, de consistência carnosa e aparência cerosa. O labelo é muito complexo, carnoso, rígido, com hipoquilio (bot. Porção inferior do labelo das orquídeas), muito carnoso e côncavo, mesoquilio (parte media do labelo das orquídeas quando tripartido), e epiquilio (extremidade do labelo), largo por vezes com dois apêndices em forma de chifres. A coluna em regra é longa e carnosa, arqueada ficando com a antera e o estigma sobre o epiquilio, atenuada para a base, com duas grandes asas na extremidade. Antera terminal uniculada (só uma cavidade) com duas polineas cerosas.
O cultivo, haja vista, sua flor pendente deve ser feito em cesta de madeira. Pode acrescentar ao substrato casca de madeira podre, detritos, areia ou pedrisco.
Classificação cientifica
Domínio – Eukaryota
Reino – Plantae
Divisão – Magnoliophyta
Classe – Liliopsida
Ordem – Asparagales
Família – Orquidaceae
Gênero – Stanhopea
quinta-feira, 12 de março de 2009
EXPOSIÇÃO CATTLEYA LABIATA dias 20, 21,22/04 em Florianópolis
domingo, 8 de março de 2009
ORQUÍDEAS E SEUS POLINIZADORES
Charles Darwin, escreveu um livro só sobre fertilização de orquídeas no livro: Os vários dispositivos pelos quais as orquídeas britânicas e estrangeiras são fertilizadas pelos insetos e os efeitos benéficos do intercruzamento.
Na natureza, as sementes são formadas pela ação de insetos, pássaros, formigas que polinizam as flores das orquídeas. Com a destruição das matas e o uso de produtos tóxicos (ironicamente chamados de defensivos químicos) tem ocorrido o desaparecimento desses agentes polinizadores e as orquídeas remanescentes em matas preservadas, não mais se reproduzem, pois não ocorre a polinização e a formação das cápsulas de sementes .
domingo, 1 de março de 2009
EXPOSIÇÃO DE CERÂMICA E PLANTAS
Nas fendas, Betânia fotografa incessantemente o que insiste em nascer, apesar de toda estreiteza de promessa quanto à possibilidade de vida. Seu olhar espreita nas fendas aquilo que elas ainda podem oferecer como possibilidade de vida, ou de morte. Fotografa o esforço imenso da vida de vir à luz. Nas fendas fotografadas, sempre há vida: alento da busca.
A artista faz da possibilidade de sobrevivência das plantas um exercício semelhante ao que a própria existência realiza com a vida humana. Impõe a elas situações: a algumas dá água, a outras, impele-as a modificar “hábitos”, quando as priva da água. Qual o limite da resistência? Ou, até que ponto suportamos o sofrimento, a perda, as incertezas? Não seria esta a indagação da artista?
Suas cerâmicas são ninhos em que a fibra natural tece um poema à existência. Esses ninhos frágeis solicitam leveza na aproximação. São frágeis ninhos revestidos de fina cerâmica. Encantam. Descansam sobre a visibilidade ambígua do espelho e repousam em palavras: sonhos. São labirintos infinitos, guardadores de mistérios, que conferem ao nosso olhar uma impotência enorme quando desejamos abarcá-los, como as “pausas” que a vida oferece, e que, por muito pouco, e, subitamente, podem ser ceifadas. Há de se carregar esses ninhos com muito zelo, pois são esconderijos da vida. Há de se dizer que as obras de Betânia inauguram alentos, proximidades, quiasmas – confortos poéticos para nossas almas.
Anita Prado Koneski
sábado, 24 de janeiro de 2009
POUSADA VITÓRIA - STA ROSA DE LIMA - SC
Agora depois do Natal, enquanto todo mundo fica nas praias, vamos para a serra de Santa Catarina.
Quando pergunto ao Márcio onde fica esta cidade, ele me manda o site da Pousada Vitória ou Pousada da Dida. http://www.acolhida.com.br/destinos/santa-rosa/pousada-dida.html. Convenceu-me! Adorei as fotos da região, da pousada e da dona. O site mostra a localização de Santa Rosa de Lima, as diversas pousadas que fazem parte de uma Associação chamada Acolhida na Colônia, do ecoturismo da região, as atividades realizadas pelos agricultores e até as especialidades culinárias.
No caminho fiquei maravilhada com a quantidade de bromélias e Oncidiuns floridos. Escutamos vários pássaros, vimos tirivas, pica-pau, canários e borboletas de todas as cores.
Depois de passar pelo canteiro de obra da Usina Hidroelétrica de Santa Rosa, pra frente uns 3 km chegamos à Pousada da Dida.
Perguntando para a Dida quem era o aficionado, ela me fala de seu filho Jackson. No mesmo dia à tardinha conheci um rapaz muito simpático e inteligente de 15 anos. Nos dias que se passaram este rapaz nos levou para várias trilhas, algumas dentro da Pousada e outras em região preservada pelos eco-agricultores, nunca havia visto tanta orquídea em tão pouco tempo. Jackson não sabe o nome de todas as orquídeas que cultiva mais nas trilhas, na mata fechada, me faz olhar pra cima e pra baixo e admirar as nativas.
Contou-me que ele e seu pai recolheram várias espécies de bromélias e orquídeas em áreas desmatadas para plantações de fumo, eucalipto e durante a construção da barragem da Usina hidroelétrica.
Dida e sua família são apicultores filiados da AGRECO (Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral) http://www.agreco.com.br/.
O mel é produzido na propriedade e seu sabor é suave, orgânico, puríssimo, quem sabe devido às orquídeas abundantes da região.
A Pousada Vitória também faz parte da Acolhida na Colônia. As famílias que participam do Programa têm normas a serem seguidas onde 50% do alimento que é oferecido devem ser produzidos na propriedade e 30% dos vizinhos da região. Até o açúcar cristal e a farinha de trigo são orgânicos.
Isso tudo fortalece a economia do desenvolvimento sustentável de toda a região, estimulando uma vida mais saudável e com mínimo prejuízo ao meio ambiente. E nos faz ter alguma esperança que existirão pequenos santuários preservados no futuro.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
FILME: Adaptação
Filme Adaptação (Adaptation) de 2002
Dirigido por Spike Jonze o mesmo de “Quero ser John Malkovich”.
O elenco é composto por: Nicolas Cage, Meryl Streep, Chris Cooper e Brian Cox.
O filme conta a estória de um diretor contratado para realizar o roteiro de um filme baseado em um livro chamado “O Ladrão de Orquídeas”. É interessante assistir porque durante o filme o colecionador de orquídeas nos descreve sobre seu interesse por esta planta espetacular.
CRÔNICA: Orquídeas e seus Florianopolitanos
Depois de convidar meus amigos da ASSOF para visitar àquela maravilha bem no centro de Florianópolis, a disposição de todos, Dr. Gilmar sugeriu-me descobrir como as orquídeas pararam lá em cima. Seria ótimo resgatar um pouco a história das orquídeas na nossa ilha.
Hoje, domingo, de mão dada com o Márcio, olhando o Pedro, que dispensa comentários e Beto, nosso queridíssimo sobrinho, andando de bicicleta nas ruas desertas do centro; fico pensando como pequenas coisas podem nos fazer tão felizes.
Contei do nosso objetivo que seria chegar à Praça Esteves Jr., Pedro e Beto foram na frente pedalando. Pensava nas orquídeas se estariam abertas.
Depois de passar pela Curia Metropolitana, volta Beto correndo, gritando que Pedro havia se machucado e que uma senhora estava cuidando dele.
Andamos mais rápido. Chegando à pracinha já vejo meu filho sorrindo. Não foi nada sério, nada que um abração e um beijo não resolvessem. Fui agradecer a senhora que olhava pra mim com olhos amorosos e tranqüilos. Disse-me que tentou tranqüilizar os dois e que o dono da Banca de Jornal deu uma garrafinha de água.
Seu Altair Castro não me deixou pagar a água, falou que era por conta dele, que essas coisas aconteciam. Beto e Pedro então compraram gibis. Depois de me apresentar, comecei a falar das Cattleyas. Seu Altair, não sabia se alguém havia plantado, mas me mostrou os passarinhos, com seus ninhos entre as orquídeas. Contou-me que os plátanos, que foram cortados, também estavam cheios de orquídeas. Observamos a amendoeira com outras espécies.
A espécie Cattleya leopoldii, é uma planta forte, com folhas espessas e coriáceas. Suas flores são pequenas e abundantes, normalmente florescendo de dezembro a janeiro. A durabilidade das flores varia de 20 a 30 dias e exalam um perfume adocicado parecido com cravo. A história da Cattleya leopoldii é bem interessante. Centenas de orquídeas conhecidas como Cattleya guttata Lindley foram coletadas na região sul do Brasil e levadas para a Europa por uma firma belga. Em homenagem ao rei Leopoldo, da Bélgica, que era apaixonado por orquídeas, recebeu o nome de Cattleya guttata variedade leopoldii.
Foi quando soube que Seu Jorge havia sofrido um derrame, que como seqüela estava com dificuldade na fala, mas que daria o celular da sua filha Manuela.
Tudo isso foi muito rápido, não mais que uma hora. Mas a emoção foi intensa. Que pessoas! Ajudaram-me livres de qualquer receio, desinteressadas e generosas. São os florianopolitanos, independente se nasceram aqui ou não, pessoas de bem, que reconhecem que um precisa do outro e que cada momento é uma oportunidade de trocar amor.
Manuela uma Orquídea
Enrolei bastante antes de telefonar para Manuela. Estava meio sem jeito, tenho dificuldade em falar no celular. Mas resolvi enfrentar. Pensei em várias introduções e liguei.
Quem me atendeu, me desarmou. Uma voz doce, de uma moça que parece boníssima, gentil, inteligente, cativante e super atenciosa. Disse-me que teria o maior prazer em ajudar, me passou seu e-mail para nos comunicarmos, pois precisava falar com calma com seu pai sobre o assunto.
Muitas mulheres se parecem com flor. Tive certeza, Manuela é uma orquídea.
Não tardou para me enviar um e-mail carinhoso. Seu pai e outras pessoas amarraram as Cattleyas e outras orquídeas há mais ou menos 25 anos. Plantaram nas árvores da praça com escadas bem altas para que ninguém pudesse pegar. As orquídeas foram compradas ou doadas por amigos e moradores da região.
Seu Jorge Krüeger passou para sua filha, que por incrível que pareça, não eram os jovens que tentavam pegar as plantas e sim as pessoas de mais idade.
Os passarinhos foram os responsáveis por disseminar as mudas e aumentar a quantidade.
Manuela me explicou que seu pai não recordava de mais nada.
Fiquei pensando em Manuela, seu pai, nas pessoas que ajudaram a plantar as orquídeas, nas pessoas que me ajudaram a descobrir a verdade, nas orquídeas floridas majestosas e inalcançáveis, nos passarinhos... tudo em harmonia.